segunda-feira, 22 de maio de 2017

Maio 2017 - Mochila, Rock, Malbec e Artesanais


Todas as bodegas levam a Mendoza

Lá embaixo, nos posts mais antigos, estão as narrativas de minhas viagens anteriores à Argentina. Já fui só, em casal, em três e agora, maio de 2017, resolvi retornar novamente só, numa viagem de dez dias cujos detalhes passo a expor aos amigos.

Detalhe: sempre reserve seus hoteis pelo link do Booking.com, com direito a recompensa de R$ 50,00 para mim e para o amigo. Esta é uma recompensa conhecida para usuários frequentes do site e funciona de fato.

Era uma vez um outono bonairense

O plano era de três dias em Buenos Aires, 3 dias em Mendoza e outros três em Santiago, de onde retornaria para Goiânia via GRU. Pensei em encaixar Rosário e Santa Fé no roteiro, cidades que ainda não conheço, mas o tempo exíguo e a verba idem foram fatores que me dissuadiram desta ótima ideia. Next time, jovens!

Librería El Ateneo, Avenida Santa Fé, Bsas

Saí de Goiânia para GRU no dia 26/04 às 7h e, já em São Paulo, embarquei em vôo para Ezeiza às 11h. Avião cheio, mas não lotado, brindou-me com a poltrona do meio desocupada, o que desencadeou uma viagem bastante tranquila, patrocinada pela nossa colega dona GOL. Providências em Ezeiza: trocar moeda, comprar um chip local para o celular e buscar o ônibus da prestativa Tienda León que me levaria ao Centro da cidade.

Berlina Serrano

A cotação do banco foi a melhor da viagem, então continua válida a dica mais recente: troque sua moeda no próprio aeroporto, ainda que você pegue alguma fila (o que ocorreu comigo - 1/2 hora). A cotação foi de cinco pesos por real. Pelo que li, vale também para o Aeroparque. Quanto ao chip, só encontrei planos mais caros e complexos na área de desembarque, então a solução (melhor) foi comprar um chip avulso num quiosque de rua, fazer a carga e economizar. O chip da Movistar funcionou bem. Por fim, o ônibus da Tienda León sentido Ezeiza-Terminal Madero custou em torno de 220 pesos. É a opção de custo médio - acessível e confortável, ainda que fosse necessário completar o trajeto até o hotel em Palermo num táxi. Se você estiver com o orçamento apertado e uma mochila pequena, dá para encarar um ônibus urbano e suas 372 paradas pelo caminho.

Azul

Escolhi a região de Palermo por algumas razões, dentre as quais o fato de ser a região mais bonita da cidade e de possuir uma infinidade de restaurantes, bares e pubs que proporcionam liberdade e opções ao pedestre noturno, com segurança. Buenos Aires ainda é uma cidade incrível para se fazer tudo, tudo a pé.

Plátanos

Desta vez escolhi o hostel Art Factory Soho na esperança de conseguir conexões sociais com mais facilidade em razão de minha solidão de viajante. Não foi o que tive. Trata-se de um hostel com alma de hotel, com conforto limitado e uma certa aura hipster. Os atendentes foram impecáveis, jovens e atenciosos, em estilos tão díspares quanto um roqueiro cabeludo estilo 1973 e um menino bastante entusiasmado com seu visual feminino, e meu quarto era limpo e espaçoso, mas o custo-benefício foi apenas razoável. A localização era boa, ainda que não exatamente no centro nervoso da noite palermina. Para tal, recomendo o Hotel Blue Soho. De qualquer forma, uma distância de até cinco quadras da Plaza Arménia e da Plazoleta Julio Cortázar é o ideal e as opções são incontáveis.

Clos de Chacras, Mendoza

Não vou perder tempo te contando quais as principais atrações de Buenos Aires, o que você vai encontrar em milhares de sites e blogs; então, vamos ao que interessa: os lugares bacanas para o apreciador de cervejas artesanais e de música, especialmente pequenos shows de música alternativa.

Believe, pub em Mendoza

Conheci excelentes cervejarias em Buenos Aires, as quais proliferam com a mesma velocidade do que ocorre nas grandes cidades brasileiras. Recomendo duas em Palermo. Fui muito bem recebido no balcão da Berlina Serrano, produtora de poucos e ótimos estilos. A casa tem atmosfera despojada e opções de comida, com um público mais alternativo, tatuagens, barbas, piercings e garotas com olhar entediado. Gostei mais da Cerveceria Valk: uma carta cervejeira bem maior, preços honestos, um ambiente mais abrangente, garotas de olhar menos sofrido diante da existência, várias opções de comida e excelente música (ouvi bastante britpop).

Mendoza aguarda

Conheço o Temple Bar de anos anteriores. Desta vez não entrei porque estava lotado todos os dias e a aura era de público menos exigente, mas mantenho a opinião do post abaixo de que é uma boa casa. O pub irlandês Sullivan continua ali, em pé, quase cravado no ano de 1912 como todo pub irlandês deve ser. A nota de pesar ficou por conta do meu querido Cruzat, então localizado no Centro da cidade, que fechou e me obrigou a conhecer novos amores de cevada pelas ruas desta incrível metrópole.

Clos de Chacras, Mendoza

Outro lugar escondido e charmoso chama-se Multiespaço Korova, próximo ao meu hotel na Calle Paraguay. Trata-se de uma mistura de bar, palco e galeria de arte que começa a ser bastante comum na noite tupiniquim. Passei horas agradáveis neste pequeno local alternativo com espírito underground assistindo a cinco pequenos shows de artistas locais, de uma pequena garota e seu violão a uma furiosa banda pós-punk com integrantes cinquentões. Sensacional! Boa cerveja, alguma comida e gente bem interessante. Travei boas interações com bonairenses pouco convencionais.

Buenos Aires e parques: uma relação harmoniosa

Durante o dia, FAÇA os passeios com a empresa FREE WALKS. São passeios em tese gratuitos, com guias locais, que recomendam uma gorjeta ao final. A gorjeta vale cada gota de suor que você gastou para trazê-la à Argentina. Fiz o passeio que inicia todo dias às 15h na frente do Congresso Nacional e chega até a Casa Rosada, com a incrível e sexy guia Andy. Mesmo para mim, relativamente experiente em termos de Buenos Aires, descobri e aprendi muito sobre a história dos locais por que passamos. Há também o passeio da manhã que começa às 10h30 na frente do Teatro Colón. Apenas vá e me conte.

Aos pés do Aconcágua

Ainda no Brasil, comprei online (sites da Andesmar ou outras companhias) a passagem de ônibus de Buenos Aires para Mendoza, o qual sairia no sábado dia 29/04 e chegaria no dia seguinte à charmosa capital do vinho argentino. Nos posts abaixo descrevo com detalhes como funcionam tais ônibus, mas já ressalto que viajei com muito conforto, dormi tranquilamente, tive direito a jantar, café da manhã, coberta higienizada, TV e quase ganhei um vinho no bingo. Sim. Bingo. Espere pagar algo em torno de R$200,00, e existem outras opções de conforto, poltronas com mais espaço, suítes executivas (sim) que podem chegar até a uns R$ 300,00. Mas lembre-se de que você estará economizando uma diária de hotel. Então vai fundo. Existem aéreas low cost que fazem o trajeto, mas a cultura de ônibus na Argentina é muito enraizada, exigente, desenvolvida, séria e acessível. Pesquise.

O bom e honesto Abril e sua sacada

Uma vez em Mendoza, peguei um honesto táxi até o excelente hotel Abril Hotel Boutique, meu velho conhecido e minha casa mendocina pela segunda vez. Desta vez foi ainda melhor. O atendimento continua excelente, o café da manhã de razoável para bom e a localização impecável, estando próximo tanto da Plaza Independencia e da região de pedestres como a poucos minutos de caminhada da área da Avenida Aristides Villanueva que é onde você vai se jogar à noite.

Mendoza, Puente del Inca

Ressalto que sou um grande fã do site Booking.com. Já conheci quase 40 países e já utilizei o site em mais de 100 hoteis, com um serviço que considero útil, bem realizado e eficiente. Me enviaram este link prometendo uma grande vantagem: tanto o amigo (você) quanto eu (eu) ganhamos R$ 50 de desconto para cada reserva realizada aqui. Peço que se você se inspirar por este blog, tente utilizar este link. Vai que dá certo, né? https://www.booking.com/s/62a6c17c

Clos de Chacras, Mendoza

Continuando, mais abaixo, em posts anteriores, descrevo os vários passeios às várias vinícolas da região que visitei e conheci. As imperdíveis são Ruca Malém, Baquedano, Septima, Lagarde, Salentein. Desta vez, fui a somente uma: Clos de Chacras. Trata-se de uma bodega pequena, estilo boutique, que produz vinhos de altíssima qualidade e que conta com uma charmosa sede datada da década de 20. Almocei por ali, ganhei o passeio e tive uma tarde realmente muito agradável. O mais legal foi que o bairro fica bastante afastado do centro de Mendoza e consegui chegar ali por meio de transporte público, sem grandes gastos e conhecendo a cidade com estes olhos que a terra há de comer. Good!

Clos de Chacras

Além dos vinhos, Mendoza oferece inúmeros passeios na natureza que você poderá contratar com as agências que existem a cada esquina da cidade. Desta vez fiz um prosaico "Alta Montaña" que durou o dia inteiro, mas as opções são diversas. Pesquise e seja feliz.

Altísima Montaña!

As cervejarias Antares e Jerome continuam com suas bonitas sedes baladeiras na Aristides Villanueva, mas considero cervejas, hoje, de qualidade inferior. Não me frustrei, contudo, com o Believe, localizado na Avenida Colón, próximo ao meu hotel, um pub irlandês que conta com boa carta, um ambiente incrível, hambúrgueres e gente mais descolada. E rock. Para uma comida mais requintada e ambiente jazz, recomendo o Bute, na Plaza Independencia, onde tomei um vinho da casa impecável e barato, claro.

Montaña!

Insisto que você inclua Mendoza na sua viagem, especialmente se você for a Santiago (a viagem de ônibus dura de 4 a 5 horas por uma paisagem inacreditavelmente bela). Por Buenos Aires a distância é maior, mas, como demonstro aqui, fácil de encaixar, sem grandes sacrifícios, viajando de uma forma peculiar e agradável.

Essa foto é no Uruguai, mas o blog é meu rs

De Mendoza segui em ônibus para Santiago. Como minha narrativa é argentina, paro por aqui.



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